Profª Lia de Castro - UFPE; Profª Luz Santos - UFPB e Prof. Saúl Campus - UPE
Lia de Castro e Luz Santos
Luz, Genésio e quase marcela!!!!
Profª Jesus Sousa e Profº Carlos Fino
A programação conta com mesas de debate sobre saúde, energia e empreendedorismo, moderadas por representantes das entidades promotoras, como o Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, Jorge Audy. Participam empresas americanas, como John Deere, Lockheed Martin, Dupont, e as universidades de Nova Jersey, Nebrasca, Washington D.C. e Carolina do Norte. Entre as organizações brasileiras estarão presentes Petrobras, Embraer, Eletrobrás AS, GE do Brasil, Lifemed e Grupo Votorantim, entre outras, além dos Ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, das Relações Exteriores e a Casa Civil da Presidência da República. Um grupo de nove empresas startups brasileiras interessadas no mercado americano também irá participar do evento, apresentando-se às empresas e universidades participantes. |
Áreas do conhecimento Serão selecionados professores para as seguintes áreas (cujas subáreas estão relacionadas no Edital): Antropologia; Arquitetura e Urbanismo; Biologia; Ciência Política; Economia; Engenharia Civil; Estatística; Física; Geografia; História; Letras; Matemática; Música; Química; Relações Internacionais e Saúde Coletiva. A exigência mínima de titulação é, para alguns cargos, de Mestrado, e para a maioria, de Doutorado. O concurso será realizado em Foz do Iguaçu (PR), em locais a serem divulgados no Edital de Homologação das Inscrições, que será publicado até o dia 23 de dezembro de 2011. A validade do concurso será de um ano, prorrogável por igual período, a partir da homologação do resultado. Provas As datas, horários e locais de realização das provas serão divulgadas em Edital que será disponibilizado no site da UNILA. Os textos relacionados às provas serão disponibilizados em português e em espanhol, conforme a opção do candidato. Os programas das provas Escrita e de Desempenho Didático estarão à disposição dos interessados no site da UNILA, até dez dias do término do período de inscrições. Cargo e remuneração Os aprovados ingressarão no cargo de Professor de 3º Grau, pertencente à carreira do Magistério Superior. A remuneração será composta pelo vencimento básico acrescido da Retribuição por Titulação (RT) correspondente, da Gratificação Específica do Magistério Superior (GEMAS) e demais benefícios e vantagens estabelecidos por lei, que totaliza, para os professores doutores, R$ 7.333,67, e para os mestres, R$ 4.651,58. Mais informações Eventuais dúvidas poderão ser dirimidas pelo site www.unila.edu.br, pelo e-mail segepe@unila.edu.br, telefones +55 (45) 3576-7320 e 3576-7337, ou, ainda, pelo Facebook (www.fb.com/unila.oficial) e twitter (@unila). |
O Prêmio Mario Covas abrirá, a partir de hoje (18/11), as inscrições para sua oitava edição. Os interessados em participar da premiação, que tem por objetivo promover práticas inovadoras que aprimorem a qualidade dos serviços públicos e elevem o bem-estar dos cidadãos paulistas, poderão se inscrever até 13 de janeiro de 2012. A novidade desta edição está no acréscimo de três categorias, destinadas a profissionais e colaboradores da sociedade civil e servidores e empregados públicos municipais. Dentre as novas categorias, a “Cidadania em Rede” destacará as ações realizadas por usuários de centros gratuitos de inclusão digital no Estado de São Paulo. Já a categoria “Governo Aberto” será dedicada a valorizar iniciativas de cidadãos que utilizam base de dados governamentais para melhorar o acesso aos serviços públicos e tornar efetivo o exercício da cidadania. Além de incentivar projetos de cidadãos paulistas, o prêmio também abre espaço, pela primeira vez, para trabalhos realizados por servidores e empregados públicos municipais do Estado de São Paulo na categoria “Inovação em Gestão Municipal”. Além dessas novidades, a categoria “Inovação em Gestão Estadual” continuará premiando as iniciativas desenvolvidas por servidores e empregados públicos estaduais. O Prêmio Mario Covas é realizado pelo governo estadual, por meio da Secretaria de Gestão Pública. Desde 2004, recebeu 1.168 trabalhos, dos quais 82 foram vencedores de diversos órgãos da administração pública estadual. Mais informações e inscrições: www.premiomariocovas.sp.gov.br Agência FAPESP |
No Brasil, o investimento em P&D seguiu a tendência mundial e cresceu de US$ 1,9 bilhão para US$ 2,1 bilhões. Pesquisa revela que empresas com culturas corporativas que apoiam estratégias de inovação têm performance financeira superior O investimento total em P&D entre as empresas que mais gastam com inovação teve um salto em 2010, após a queda induzida pela recessão em 2009, de acordo com o Global Innovation 1000 de 2011, o sétimo estudo anual sobre os gastos das empresas com inovação, divulgado hoje pela consultoria global Booz & Company. O estudo revelou que as mil empresas de capital aberto que mais investiram em pesquisa e desenvolvimento em 2010 aumentaram o montante destinado a P&D em 9,3%, para US$ 550 bilhões, uma forte recuperação com relação ao declínio de 3,5% de 2009 – o que marca um retorno à trajetória de crescimento no longo prazo dos gastos com inovação. O Brasil acompanhou o movimento mundial em P&D registrando um crescimento de US$ 1,9 bilhão, em 2009, para 2,1 bilhões, em 2010. Entretanto, a quantidade de empresas brasileiras e as companhias que figuram no ranking continuaram as mesmas: cinco empresas – CPFL Energia SA, Embraer SA, Petroleo Brasileiro SA, Totvs SA, Vale SA. A maior parte das empresas brasileiras no ranking ampliou os seus investimentos em P&D em 2010, somente a Vale reduziu o investimento de US$ 1,115 bilhão para US$ 891 milhões. O crescimento global do investimento em P&D de 2010 não acompanhou a alta de 15% na receita das empresas Global Innovation 1000, o que resultou em uma leve queda na intensidade do P&D, ou nos gastos com P&D enquanto porcentagem da receita – de 3,76% em 2009 para 3,52% em 2010. Isto representa, no entanto, um retorno natural à tendência de longo prazo, já que em 2009 a maior parte das empresas não reduziram o investimento em inovação tão profundamente quanto poderiam ter feito, considerando-se as quedas de dois dígitos nas vendas. “Claramente, o crescimento do P&D de 2010 confirma um compromisso contínuo com o investimento em produtos e serviços novos e melhores para mercados ainda mais competitivos ao redor do mundo. No entanto, grande parte do crescimento em P&D pode ser atribuído ao fato de que as empresas estão tentando recuperar o atraso, e não necessariamente a níveis mais altos de investimento”, disse Ivan de Souza, presidente da Booz & Company para a América Latina. A Booz & Company analisou as mil empresas que mais gastaram em pesquisa e desenvolvimento em 2010, no que continua sendo o esforço mais abrangente para avaliar a conexão entre inovação e desempenho corporativo. O estudo proporciona insights sobre como as organizações podem obter o melhor retorno sobre o seu investimento em inovação. Uma novidade no estudo deste ano é uma análise aprofundada do impacto da cultura corporativa sobre a eficácia na inovação e sobre o desempenho financeiro, com base em uma pesquisa realizada separadamente com quase 600 líderes em inovação de empresas em todo o mundo. Entre as principais descobertas do estudo Global Innovation 1000 de 2010 estão: No total, 68% das empresas que a Booz & Company acompanha aumentaram os gastos com P&D em 2010, e três setores responderam por mais de três quartos (77%), ou US$ 36,1 bilhões, de um crescimento total de US$ 46,8 bilhões: informática e eletrônicos, saúde e automotivo. Os setores que tiveram o maior percentual de crescimento em P&D foram software e internet (11%), saúde (9,1%) e insumos (8,5%). - O setor de informática e eletrônicos teve o maior crescimento absoluto nos gastos com P&D e segue sendo o setor número um no investimento em inovação, sendo responsável por 28% do total. Com receitas 14,2% maiores, o setor de informática e eletrônicos aumentou o desembolso com inovação em 6,1%, ou US$ 16,9 bilhões. No entanto, pela primeira vez desde a criação do estudo Global Innovation 1000, nenhuma empresa de tecnologia de ponta figurou entre as três organizações que mais gastam com P&D. - O setor de saúde ficou em segundo lugar, com 22% do investimento total. O setor aumentou os gastos em 9,1%, ou US$ 10,4 bilhões – a maior taxa de crescimento entre os três principais setores em 2010, alinhada ao crescimento geral do P&D (9,3%) em todos os setores. O setor de saúde, cujo investimento em P&D é realizado principalmente por companhias farmacêuticas, garantiu quatro das cinco primeiras posições em gastos com P&D entre as Global Innovation 1000 e teve oito empresas entre as 20 maiores em gastos totais com P&D. - O setor automotivo obteve o terceiro lugar, com uma participação de 15% no total de gastos, devido a um reforço de 8%, ou US$ 8,8 bilhões, em 2010 – uma mudança significativa após a redução de 14% no montante investido em P&D em 2009. As receitas do setor automotivo aumentaram 16,5% com relação ao ano passado. Em nível global, todas as regiões aumentaram os gastos com inovação em 2010, o que representa uma reviravolta significativa com relação ao ano anterior, quando as três regiões que formam a maior fatia do bolo – América do Norte, Europa e Japão – reduziram seus gastos. As empresas com sede na Índia e na China mais uma vez aumentaram seu investimento total em P&D a uma taxa mais alta que aquelas das três maiores regiões: - A reviravolta foi cautelosa nas empresas com sede na Europa e no Japão, que tiveram aumentos de 5,8% e 1,76% nos gastos com P&D, respectivamente. As empresas com sede na América do Norte, depois de cortar os gastos com P&D em quase 4% em 2009, aumentaram os gastos com P&D em 10,5% em 2010, superando a taxa de crescimento global de 9,3%. - A China e a Índia – e em menor grau os países da América do Norte, Europa, Japão e Ásia – continuaram a crescer rapidamente, mesmo que a partir de uma base menor. Responsáveis por 2% dos gastos com P&D em 2010, as empresas com sede na China e na Índia elevaram o investimento em P&D em mais de 38% – um ritmo de crescimento praticamente idêntico ao do ano anterior. As empresas de outras regiões do mundo aumentaram seus investimentos em P&D em quase 14%. As 20 empresas que mais investem registraram um aumento de 10% nos gastos com P&D, o que representa um investimento de US$ 142 bilhões em P&D sobre vendas de US$ 1,6 trilhão. É uma taxa que supera o aumento geral de 9,3% entre todas as empresas Global Innovation 1000. A Roche Holding AG liderou o grupo global pelo segundo ano consecutivo, com um investimento de US$ 9,6 bilhões dos seus US$ 45,7 bilhões de receita em inovação -- uma taxa de intensidade em P&D de mais de 21%. A Toyota Motor, a empresa com maiores gastos em P&D por muitos anos até a recessão, caiu da quarta para a sexta posição, com um crescimento de menos de 1% nos gastos. - Pfizer (nº 2), Novartis (nº 3), Microsoft (nº 4) e Merck (nº 5), ao lado da Toyota, são as cinco empresas que mais investem em P&D. A Ford foi a única empresa a sair do grupo das 20 primeiras, e a AstraZeneca foi a única novata do grupo, na 18a posição. No que diz respeito a inovação, o nível de gastos não é proporcional ao sucesso. Como parte da sua pesquisa, feita pela web com cerca de 600 executivos de inovação de mais de 400 empresas líderes de todos os principais setores, a Booz & Company pediu aos entrevistados que citassem as empresas que consideram as mais inovadoras em todo o mundo. Pelo segundo ano consecutivo, a Apple liderou os top 10, seguida pela Google e pela 3M. Este ano, o Facebook foi considerado uma das empresas mais inovadoras, entrando na lista na décima posição. Em uma comparação entre as empresas eleitas as dez mais inovadoras e as dez que mais gastam em P&D, a Booz & Company descobriu que as empresas mais inovadoras tiveram desempenho melhor que as dez empresas com maiores gastos em P&D em três métricas financeiras importantes em um período de cinco anos. Fonte: http://www.booz.com |
Posted: 31 Oct 2011 06:58 AM PDT Ary Plonski, da Anprotec: “É preciso ter uma ideia clara do que é inovação, que sempre requer mudança tecnológica, mercadológica e organizacional combinadas” Em uma entrevista pela CRN BRASIL, Quase no final de uma conversa, o professor Ary Plonski cita a frase do matemático e astrônomo grego Arquimedes: “Dêem-me um alavanca e um ponto de apoio, que moverei o mundo”. A analogia é forte e tem vínculo intrínseco ao cenário de empreendedorismo e inovação no Brasil atual. O bate-papo com o presidente da Anprotec (Associação Nacional das Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores) estendeu-se por mais de uma hora em uma sala na faculdade de administração e economia da Universidade de São Paulo e percorreu temas que foram muito além de incubadoras e parques tecnológicos, como pode ser conferido a seguir. CRN Brasil – Como está o cenário de incubadoras e parques tecnológicos no Brasil? Ary Plonski – Vem evoluindo positivamente por quatro razões, sendo duas de natureza geral e duas de natureza específica. As gerais são a elevada taxa de empreendedorismo no País, sendo que a relação entre os que empreendem por oportunidade e necessidade evolui favoravelmente para o primeiro grupo. O segundo elemento de contexto positivo em termos gerais é o fato de que inovação entrou para a agenda nacional. A ideia contaminou, no sentido positivo da palavra, a sociedade brasileira. Essas são duas questões de fundo. CRN Brasil – E com relação a questões específicas? Plonski – Uma é que o próprio resultado dos movimentos anima outras pessoas. Quando você tem bons exemplos, mais gente vai querer fruir essa mesma oportunidade. Os resultados estimulam o avanço. O quarto elemento dessa composição é que o tema do empreendedorismo está cada vez mais presente, por exemplo, no ambiente acadêmico. Antes, isso era uma coisa distante e, agora, há incubadoras e cursos sobre o tema em faculdades. CRN Brasil – O contexto nos parques tecnológicos segue a mesma lógica? Plonski – Há outras variáveis específicas e aí elas são bastante diversas e variam de acordo com o tipo de parque. Se pegarmos como exemplo o Rio de Janeiro, uma das variáveis é a atratividade para instalação de centros de P&D de companhias internacionais, IBMs e GEs da vida, pela proximidade de instituições de ensino de excelência, como a (Universidade) Federal do RJ e, também, pela vizinhança com um centro de pesquisa da Petrobrás, que é uma gigantesca plataforma de interesse para quem atua na área de pesquisa. Mas isso é apenas um exemplo para dizer que cada parque em uma localidade terá um conjunto de motivadores específicos. CRN Brasil – A proliferação dos parques tecnológicas parece um movimento recente por aqui. Plonski – O modelo não, mas a proliferação deles, sim. Uma estatística do último censo que fizemos (dezembro de 2008) indica 74 iniciativas que se autodenominam parques tecnológicos em operação, implantação ou projeto. Do total, dois terços eram iniciativas de poucos anos antes do estudo. CRN Brasil – O que desencadeou isso? Plonski – Em primeiro lugar, o avanço da inovação. Além disso, há um esforço para avaliar a nova competitividade dos territórios. O que tornava as cidades, regiões e estados competitivos historicamente eram recursos naturais e coisas desse do tipo. Agora, é preciso compreender os novos fatores de competitividade. Os resultados dos que investiram antes em parques tecnológicos mostraram resultados muito bons. Mas deixa eu inverter a entrevista e te perguntar: qual a principal fonte de geração econômica e de impostos de Florianópolis? CRN Brasil – Sem pensar muito e de uma forma bastante superficial eu diria que é o turismo, mas analisando o contexto de nossa conversa, vou arriscar que é software. Plonski – 100% das pessoas falariam que é o turismo. Mas números da prefeitura a partir de 2007 diziam que a contribuição das empresas de software dentro de Florianópolis, estando no parque tecnológico ou graduadas nas duas incubadoras da cidade, representam o dobro do turismo. Esse é um exemplo da nova competitividade dos territórios. Não que o turismo não seja uma âncora importante, mas que há novos fatores e oportunidades. Você não despreza as fontes tradicionais, mas busca outras formas de alavancar negócios. CRN Brasil – Nos anos 90 houve uma explosão no número de incubadoras no País. Plonski – A partir de 1994, com o Plano Real. Até então, com uma inflação incontrolável, o horizonte de tempo era muito curto. Numa sexta-feira, pensava-se o que fazer com o dinheiro até, no máximo, a segunda-feira seguinte. Com certa estabilidade, era possível arriscar compromissos maiores e olhando mais para frente. CRN Brasil – É impressão ou começam a aparecer algumas incubadoras de cunho privado no Brasil? Plonski – Tem algumas, não muitas. Recentemente a Telefônica abriu uma incubadora em um projeto que se chama Wayra. Eles tão seguindo essa iniciativa em diversos países. CRN Brasil – Que vantagem tem uma empresa do porte da Telefônica de lançar uma incubadora? Plonski – Minha percepção é que eles querem três coisas: criar um ecossistema de negócios inovadores nos quais poderão ter ou não interesse em alguns projetos que serão desenvolvidos lá, ou algo que tenha relação com sua atividade dentro de um ecossistema vibrante no qual eles consigam alguma sinergia. A segunda razão, na minha interpretação, seria uma forma excelente de a empresa estar próxima a jovens talentos e a terceira, acho, é alguma coisa positiva para a imagem da companhia em segmentos importantes. É uma iniciativa nova e aposta. CRN Brasil – Há uma tendência de incubadoras privadas? Plonski – São poucos casos ainda. Houve uma tendência em que apareceram algumas aceleradoras de negócio e muitas não deram certo. CRN Brasil – A Anprotec tem alguma cartilha para empresas que eventualmente queiram seguir o mesmo caminho? Plonski – Acho que ainda não temos maturidade para fazer uma cartilha, mas creio que o nosso papel é abrir espaço para que esses casos sejam apresentados e divulgados. Esperamos acompanhar essas iniciativas e torcemos para que outras empresas se inspirem, principalmente aquelas que já possuem uma sensibilidade para o tema. CRN Brasil – O que vem por aí quando o assunto é incubadoras e parques tecnológicos? Plonski – Há muito pela frente e as coisas mudam. Acho que, no caso de parques, há um movimento que passou por três fases, começando com o pioneirismo de algumas iniciativas que já completam 15 ou 20 anos; há um segundo momento, que foi de proliferação e, agora, o que sugerimos é um período de sistematização, ou seja, embora cada parque seja único, existem questões e desafios comuns. A lógica que trabalhamos é a de parque de terceira geração, que só faz sentido se estiver inserido em uma plataforma ou estratégia de desenvolvimento nessa nova fonte de competitividade. Em incubadoras, o que trabalhamos muito é um programa chamado CERNE (Centro de Referência para Novos Empreendimentos), que faz com que elas, sistematicamente, se voltem mais para fora. Seu papel não é apenas cuidar das empresas incubadas, mas ser um núcleo de apoio ao empreendedorismo e inovação na sua cidade e microrregião. A tendência é a atuação como núcleo de desenvolvimento regional, no sentido mais elástico do termo e voltado para fora. O programa se inspira bastante em modelo de fora do País. CRN Brasil – Que inspiração é essa? Plonski – Na Europa, por exemplo, tem um modelo mais bonito e que nos inspiramos bastante que é o implantado em Barcelona, chamado 22@, que consegue, ao mesmo tempo, estimular empreendedores na região desde temas mais gerais, até questões mais específicas, que é incubar algumas dessas ideias. Até porque, em uma incubadora você vai poder atender um número limitado de empresas. Então, como mudar a escala, se não posso colocar toda hora mil novos empreendimentos no processo? É preciso prestar outro tipo de serviços para a sociedade. CRN Brasil – Na sua visão, como o Brasil se posiciona no cenário mundial de inovação? Plonski – A pergunta que sempre se faz é: sabemos que o Brasil é um país criativo. Em geral, não se discute isso; mas, somos um país inovador? A questão tem a ver com o entendimento mais claro do que se tem de inovação, que é um termo muito confundido com outros, como por exemplo, invenção. Uma frase bastante comum é “o Brasil publica tantos artigos científicos etc, mas o número de patentes vai mal. Conclusão: o Brasil não inova”. Como professor, daria nota zero aos que pensam assim. Patente é de invenção e não inovação, que são coisas distintas. É preciso ter uma ideia clara do que é inovação, que sempre requer mudança tecnológica, mercadológica e organizacional combinadas. A pergunta é: somos um país inovador? Temos algumas condições de inovação presentes, tais como criatividade, inventividade mesmo sem patente, etc. Existem outras condições em que, geralmente, somos um pouco mais limitados, como a capacidade de gerir mudança (tecnológica, mercadológica e organizacional) de forma integrada, que é o que faz a inovação acontecer. Isso significa não só ter um novo conhecimento, mas empacotá-lo, precificá-lo, fazer os registros e vendê-lo. Entender que se trata de um conceito que traz implementação novos produtos, serviços ou processos na sociedade. Em suma, em alguns componentes estamos bem e, em outros, não tão bem assim. CRN Brasil – O empresariado brasileiro tem conseguido trabalhar onde está mal e potencializar o que faz de bom? Plonski – Há muitas ações sendo feitas para que isso ocorra. Você ouve críticas de que o empresário brasileiro não é inovador. Pode ser. Mas, para que ele fique mais tempo no mercado, tem que ser um herói por passar pelas maluquices pelas quais o Brasil passou, de enfrentar uma inflação exorbitante e toda a dificuldade de ser um empresário honesto e trabalhar direito. Isso não é uma coisa trivial. Claro que gostaríamos que inovasse mais, mas, vamos trabalhar para criar uma nova geração de empresários que tenha a inovação no DNA. Precisamos capacitar em questões como gestão. Não é necessário mostrar porque inovação é importante. Preciso dar condições para que a ideia se transforme em negócios, isso sim. Nosso papel é um pouco isso, ajudar a criar uma nova geração de empreendedores, para que a meninada saia e, ao invés de pensar em ser funcionário público, crie o próprio negócio. Empregabilidade não é apenas você trabalhar em uma grande companhia, mas criar seu próprio negócio. CRN Brasil – A pergunta para tirar zero: esse negócio de registro de patente, então, não reflete o quão inovador é o Brasil? Plonski – São coisas diferentes. Trabalhamos com as empresas incubadas a questão da propriedade intelectual e isso, em certos segmentos, é muito importante, como o farmacêutico, por exemplo. Em outros, não é relevante. CRN Brasil – Em TI é importante essa questão da patente? Plonski – É menos, lembrando que a velocidade de novidades nesse mercado é grande. Peguemos o ciclo de vida de um produto de TI e verá que dura pouco tempo. Há poucos produtos com mais de dez anos. Tem o Windows, mas é difícil lembrar de muitos exemplos. No Brasil, leva-se de 9 a 11 anos para se conseguir uma patente, mas mesmo que fosse possível em três anos, talvez não fosse o tempo hábil necessário. Há uma certa fetichização das patentes, porque é fácil de contar. Não quero dizer que a propriedade intelectual no Brasil é brilhante, mas há um certo exagero. A patente dá uma ideia, mas tá cheio de patentes por aí que não valem nada. CRN Brasil – Muita gente critica o ambiente empreendedor nacional. Há motivos pra isso? Plonski – Há uns casos onde o ecossistema traz alguns elementos de inovação dramaticamente mais favoráveis do que no Brasil. Um deles é o cenário de capital de risco (venture capital). E ele é menor aqui ainda por várias razões: não tem mercado de saída, mas há coisas sendo feitas que vão desde a criação de grupos de investidores anjo, para pegar o pessoal do começo até outras ações. A BM&FBovespa entrou como associada à Anprotec, por exemplo, porque procura seus novos clientes. Claro que não é agora que vai mudar, mas, daqui a pouco, talvez tenhamos uma nova Bematech, que foi um negócio que nasceu incubado. Queremos ajudar a criar novas Bematechs, para que elas entrem no mercado. Há um conjunto de fatores subjetivos também. Fazer crítica é um esporte nacional. Em geral – e uma coisa que me incomoda – é que a culpa é sempre do outro. A empresa diz que a universidade não quer nada; a universidade diz que a empresa não se interessa por inovação e os dois dizem que o governo é incompetente. Tem um pouco disso. A questão é – e trabalhamos para isso – para criar exemplos positivos. CRN Brasil – Há, ainda, aquele velho chavão que diz que se o Bill Gates fosse brasileiro, a Microsoft seria uma empresa de garagem. Plonski – Vamos partir da premissa de que esse argumento é correto. Como, apesar disso, a Bematech chegou onde está? Vamos olhar esse caso e ver como “apesar disso” esses exemplos podem ocorrer e trabalhar para diminuir as dificuldades, não para encontrar nas adversidades argumentos para não fazer nada. CRN Brasil – Até que ponto o setor de TI e Telecom está conectado ao ambiente de incubadoras? Plonski – Ainda, a principal categoria econômica das empresas graduadas é de tecnologia da informação. Há algumas razões para isso. Uma delas é porque TI é um coração de mãe… cabe muita coisa. CRN Brasil – Deve mudar alguma coisa quando falamos em capital empreendedor (venture, seed e angel capital)? Plonski – Quem olhar no conjunto verá que os interesses estão nos andares superiores, ou seja, no private equity. Mais abaixo, tem ocorrido iniciativas como a da Finep, estimulando a fazer esse tipo de ações para outros patamares de investimento. Isso vai aumentar. Por exemplo, neste momento, existem apresentações ao BNDES para criar um fundo de apoio a pequenas e médias empresas de tecnologias limpas. Lembrando o velho Arquimedes “me deem uma alavanca e um ponto de apoio, que moverei o mundo”. Não que tenhamos exclusividade nessa questão, mas diria que, para mover o Brasil no campo da inovação, é necessário alavancas, que são recursos, e pontos de apoio, que podem ser essas 420 incubadoras e parques tecnológicos. Fonte: http://crn.itweb.com.br |
São Paulo - Passava das três horas da tarde de uma segunda-feira, 15 de agosto, em São Paulo. Perto da sempre movimentada Avenida Paulista, no subsolo de um grande hotel, 44 empreendedores foram organizados em quatro turmas. O destino deles, sozinhos ou com seus grupos, era uma das quatro mesas comandadas por um dos executivos de um grande fundo americano de investimentos, o Redpoint Ventures, que investiu em quatro empresas brasileiras nos últimos 12 meses. Ao entrar na sala, com um misto de ansiedade e empolgação, os empreendedores eram destinados às quatro mesas para o início de uma sabatina de 15 minutos, em inglês, sempre encerrada pelo som de uma campainha e a entrada de outro grupo. Em seis rodadas, 22 equipes apresentaram suas ideias. Com uma dinâmica tão rápida, a mesa de comidinhas no canto da sala permaneceu intocada. De lá só saíram algumas garrafas de água mineral e uma latinha de guaraná, consumida com prazer por um dos americanos. Quando a sabatina acabou, duas horas depois, Pueo Keffer, investidor que comandava o evento, correu para outra reunião. Era a pressa de não perder bons negócios no Brasil. Definitivamente, entramos no radar do Vale do Silício. Até pouco tempo atrás, cenas como essa seriam impensáveis no país, mas agora devem se tornar mais frequentes. No último ano, investidores estrangeiros, sobretudo americanos, têm visto nas startups brasileiras — e nas nem tão iniciantes assim — um grande potencial. O bom momento econômico do país ajuda a diminuir o risco do aporte estrangeiro de capital. E as startups começam uma corrida em busca de seu primeiro R$ 1 milhão. “Nunca vi uma onda de interesse no Brasil como a atual”, afirma Bedy Yang, brasileira de origem chinesa que mora no Vale do Silício há três anos e fundou a Brazil Innovators, entidade que faz a ponte entre empreendedores nacionais e investidores estrangeiros. Foi Bedy quem coordenou a vinda de cerca de 50 investidores ao país em abril, no projeto Geeks on a Plane (Geeks no avião), que faz excursões a vários continentes em busca de oportunidades. O grupo passou por São Paulo e Rio de Janeiro e teve a chance de conversar com muitos empreendedores. Mais do que uma bolha As startups com modelos de negócios baseados em produtos e serviços comercializados pela internet são as que têm conseguido maior volume de investimentos internacionais. Segundo levantamento da consultoria Ernst & Young, empresas brasileiras receberam, no ano passado, 4,6 bilhões de dólares em investimentos dos tipos private equity e venture capital. Isso representa 70% do valor destinado à América Latina e o grupo da tecnologia só perdeu para o setor financeiro. As razões para o otimismo em relação ao Brasil estão na ascensão da nova classe média, popularização da banda larga doméstica, crescimento do comércio eletrônico e ampliação do número de smartphones em uso. A expansão lenta da internet nos últimos anos atrasou o boom de negócios que dependem da rede, hoje os líderes absolutos em investimentos. A crise econômica vivida por Estados Unidos e Europa também ajuda a despertar o interesse dos investidores por outras regiões. Se há três anos os holofotes estavam voltados para a China, agora eles foram direcionados para nós. E não são só os fundos americanos que apostam nas companhias brasileiras. “A Espanha passa por um momento difícil e isso faz o retorno do investimento no Brasil ser muito superior”, diz Carlos Martín, do IG Expansión, um fundo de venture capital e private equity espanhol que investiu no portal de viagens Viajanet, voltado às classes C e D, e no clube de compras BrandsClub. Outros dois projetos ainda não lançados também receberam dinheiro do fundo. O risco desse interesse crescente e dos investimentos estrangeiros é o surgimento de uma bolha nacional na internet, com startups supervalorizadas artificialmente. Mas o momento agora é diferente daquele visto no início dos anos 2000, quando a bolha da web estourou. “Hoje os empreendedores têm mais acesso a capital. No tempo da bolha não havia investimento de risco”, diz Paulo Humberg, CEO do BrandsClub, e um dos pioneiros nos negócios pela internet no país. “As empresas que hoje recebem uma avaliação alta de seu potencial são negócios reais que geram faturamento e lucro significativos. Há uma diferença real entre o presente e os anos 2000”, diz Pueo Keffer, do fundo Redpoint Ventures. Uma boa parte do dinheiro captado está sendo destinada à segunda geração de empreendedores da web, principalmente aos jovens de até 30 anos que não viveram a bolha das empresas pontocom. Na sua maioria, os investidores buscam projetos de internet, software e aplicações móveis, sobretudo apoiados em modelos que já fizeram sucesso em outros países. Um exemplo são os sites de compras coletivas, como Peixe Urbano e ClickOn, réplicas tropicalizadas do americano Groupon, o pioneiro. Chamados com ironia de copycats (imitador, em português), esses projetos, quando bem gerenciados, têm modelos de negócios viáveis, com retorno no curto e médio prazos. “Com uma ideia que funcionou nos Estados Unidos e um talento razoável é fácil captar dinheiro”, afirma Martín, do IG Expansión. Os empreendedores brasileiros já perceberam o bom momento e não estão perdendo tempo. Muitos têm testado na internet versões beta de uma série de protótipos. Assim, além de avaliar a viabilidade imediata de seus projetos, ainda conseguem ter algo para mostrar a investidores com um mínimo de resultado. “A internet tem um cenário muito fértil e você precisa de menos investimento inicial para começar um negócio. É mais trabalho e menos capital”, diz Paulo Veras, criador do Guidu, um portal de recomendações de entretenimento, e ex-CEO da Endeavor, ONG que apoia o empreendedorismo. Não é difícil encontrar projetos brasileiros que receberam investimentos e estão fazendo sucesso como réplicas de modelos americanos. Veja o caso do Hotel Urbano. O projeto começou com um site de compras coletivas, mas seus idealizadores logo perceberam que o modelo caminhava para a saturação. Hoje existem mais de 1 200 sites desse tipo no país. Os irmãos José Eduardo, 28 anos, e João Ricardo Mendes, 30, resolveram apostar no turismo. O Hotel Urbano começou a operar oficialmente em janeiro deste ano e apenas 21 dias depois despertou a atenção do fundo Insight Venture Partners, que participou, entre outras empresas, de uma das rodadas de investimento no microblog Twitter. Dois meses de negociações e o acordo foi fechado. O fundo ficou com um terço da empresa. O Hotel Urbano é um portal que trabalha com reservas em hotéis do mundo todo e a venda de passagens aéreas e rodoviárias. O site resolveu agora apostar no Facebook. “Nossa loja dentro do Facebook já responde por 4,3% do faturamento”, diz José Eduardo. A projeção de receita do Hotel Urbano para os primeiros 12 meses depois do negócio com o Insight Venture Partners, consolidado em abril, é de 100 milhões de reais. Até o fim do ano, o negócio também estará em operação na Argentina e deve chegar ao Chile, Peru e México no ano que vem. Além do Hotel Urbano, os irmãos Mendes tocam, desde 2007, o ApetreXo, um site de comércio eletrônico que deve fechar 2011 com a oferta de 10 mil produtos e faturamento de 40 milhões de reais. Para ter sua loja no Facebook, o Hotel Urbano usou a tecnologia de uma outra startup, a LikeStore. Aberta oficialmente em agosto, a empresa consegue viabilizar compras totalmente dentro da rede social e aproveita a influência dos amigos para estimular o consumo. O publicitário Gabriel Borges e outros quatro investidores usaram capital próprio para levantar os 2 milhões de reais necessários para começar a operação Dois meses de negociações e o acordo foi fechado. O fundo ficou com um terço da empresa. O Hotel Urbano é um portal que trabalha com reservas em hotéis do mundo todo e a venda de passagens aéreas e rodoviárias. O site resolveu agora apostar no Facebook. “Nossa loja dentro do Facebook já responde por 4,3% do faturamento”, diz José Eduardo. A projeção de receita do Hotel Urbano para os primeiros 12 meses depois do negócio com o Insight Venture Partners, consolidado em abril, é de 100 milhões de reais. Até o fim do ano, o negócio também estará em operação na Argentina e deve chegar ao Chile, Peru e México no ano que vem. Além do Hotel Urbano, os irmãos Mendes tocam, desde 2007, o ApetreXo, um site de comércio eletrônico que deve fechar 2011 com a oferta de 10 mil produtos e faturamento de 40 milhões de reais. Para ter sua loja no Facebook, o Hotel Urbano usou a tecnologia de uma outra startup, a LikeStore. Aberta oficialmente em agosto, a empresa consegue viabilizar compras totalmente dentro da rede social e aproveita a influência dos amigos para estimular o consumo. O publicitário Gabriel Borges e outros quatro investidores usaram capital próprio para levantar os 2 milhões de reais necessários para começar a operação A startup segue a linha da americana Payvment e enfrenta a concorrência de outra empresa nacional, a E Like, mas tem tudo para crescer. A boa sacada foi oferecer uma plataforma em que qualquer pessoa pode criar sua loja no Facebook sem gastar um tostão. A receita da LikeStore vem com a comissão sobre cada venda, que está hoje em 2% do valor pago pelo consumidor. Além disso, outros 5,9% mais uma taxa fixa de 0,39 real são destinados ao MoIP, serviço de pagamentos. “O ticket médio das compras é de 120 reais e esperamos atingir 18 milhões de reais no primeiro ano de operação”, diz Gabriel Borges. Nos dois meses da fase beta, antes do lançamento oficial, a LikeStore criou cerca de 960 lojas, incluindo a de grandes marcas, como a do joalheiro carioca Antonio Bernardo. O comércio eletrônico com base em rede social ganha cada vez mais relevância. O modelo da LikeStore, conhecido como Facebook Commerce (ou F-commerce), é uma tendência, pois alia compras a indicações de amigos presentes na rede social e já é visto em operações de marcas como Disney, Starbucks e Levi´s. “O Facebook estimula a criação de um ecossistema que permite novos negócios. No F-commerce, a empresa usa a estrutura do Facebook como moldura para realizar vendas no site”, diz Alexandre Hohagen, vice-presidente do Facebook para a América Latina. “A Amazon, por exemplo, pode avisar a um usuário do Facebook que o aniversário de um amigo está próximo e indicar presentes relacionados ao gosto pessoal dele.” Outro modelo que faz sucesso nas redes é o dos jogos sociais, como os criados pela americana Zynga. A carioca Gazeus Games investiu numa fórmula consagrada: levou para o Facebook jogos de cartas como tranca, truco e buraco. Agora está lançando um novo game, o Music City, em que o jogador gerencia a carreira musical de um artista virtual. A Gazeus surgiu da união de duas empresas, a Gazzag, que já foi rede social e hoje dedica-se a games sociais, e a Odysseus, que também fazia jogos e mantinha o site Jogatina. Obteve investimento do fundo Mosaico, em 2010, e este ano planeja faturar 20 milhões de reais. “Nosso modelo de negócios está baseado na assinatura dos jogos e na venda de bens virtuais”, diz Guilherme Pereira e Oliveira, 41 anos, presidente da Gazeus. Um dos fundadores do site de namoro Par Perfeito, Oliveira está em sua terceira startup. O que é melhor hoje? Copiar ou partir para uma ideia totalmente nova? Fundos nacionais, especialmente os públicos, destinam mais verba para ideias novas. “Muito do capital disponível no Brasil está nas mãos de investidores avessos a apostar na inovação não comprovada. Isso sinaliza uma direção errada aos empreendedores, que se preocupam menos com a inovação e mais com o dinheiro”, diz Yuri Gitahy, da Aceleradora, empresa que ajuda a acelerar projetos de startups. Gitahy afirma que é importante que os empreendedores busquem o capital na hora certa, seja para um modelo adaptado ou para um totalmente inovador, que pode ser muito mais rentável. O estímulo financeiro a cópias pode gerar um certo comodismo. Mas ainda há espaço para boas ideias. “Se chega a mim um projeto com escala global, sem paralelo nos Estados Unidos, tenho interesse em olhar e investir. O problema geralmente é como levar para o segundo estágio, para conseguir investimentos de venture capital”, diz Cassio Spina, da Anjos do Brasil, associação privada que aproxima empreendedores e investidores-anjo. Mesmo com uma fórmula pronta, para fazer sucesso com um copycat não basta estar no mercado. “A réplica não é o único caminho, mas ele é muito viável. Implementar daqui um modelo de fora requer, sim, muita inovação”, diz Michael Nicklas, diretor do fundo Ideiasnet. “Qualquer negócio é formado por 90% de execução e 10% de inovação. Você não pega um modelo e executa direto em outro país. É precisa adaptá-lo.” Não há dúvidas de que o atual grupo de novos empreendedores está mais maduro, mas isso não é garantia de sucesso. “Das mais de 2 200 empresas que estão ou já passaram pelo BizSpark, cerca de 30% morreram. O importante é que a empresa morre, mas o empreendedor, não. Ele deve buscar outros negócios”, diz Silvia Valadares, gerente de desenvolvimento da economia local de software da Microsoft. O programa BizSpark, da Microsoft, completará três anos em novembro e acompanha novas empresas, investindo indiretamente, com licenças de software e consultoria. Os investidores destacam que os brasileiros ainda precisam ter mais visão de longo prazo e ímpeto gerencial. “Às vezes precisamos buscar empreendedores de fora para gerenciar negócios no Brasil”, afirma Martín, do fundo espanhol IG Expansión. Isso acontece porque o brasileiro ainda não está acostumado a sair da universidade com a convicção de abrir uma empresa. As primeiras opções costumam ser encontrar sempre um emprego público ou numa multinacional. “Nos Estados Unidos, a primeira coisa que os estudantes pensam é ter uma startup de sucesso. É preciso conviver com essa possibilidade na universidade”, diz Bedy Yang, da Brazil Innovators. O paulista André Nazareth sempre quis abrir uma empresa, mas não sabia quando seria o momento certo. Depois de uma temporada de um ano no Japão, voltou com uma ideia e a apresentou aos amigos Danilo Campos, Bruno Branta e Luciano Frezzatto, do curso de engenharia da computação da Unicamp. “Mostrei e já começamos a modificá-la. Não existe uma ideia espetacular que vai mudar o mundo. O que existe é uma ideia bem trabalhada”, diz Nazareth. Das conversas nasceu o MeuCarrinho, um comparador de preços de produtos vendidos em supermercados com uma versão para web e outra para smartphones. O consumidor usa a câmera do celular para ler o código de barras do produto e, assim, comparar o preço com o praticado em outros supermercados. Ainda em versão protótipo, o projeto foi um dos quatro vencedores do desafio Sua Ideia Vale 1 milhão, lançado pelo site BuscaPé, que comprou 30% do projeto, por 300 mil reais. “Para nós o BuscaPé é mais do que um investidor. Há uma sinergia muito grande entre as empresas e eles têm o conhecimento de mercado de que precisamos”, afirma Nazareth. Não são só os investidores que se interessam pelo Brasil. Empreendedores estrangeiros também estão de olho no país. É o caso dos argentinos Frank Martin e Franco Silvetti, ambos de 26 anos, fundadores do serviço Restorando, que divide suas operações entre Buenos Aires e São Paulo. Sucesso portenho, o site faz reservas online em restaurantes e licencia um software para os estabelecimentos organizarem as mesas. “Mais de 70% dos nossos recursos serão investidos no Brasil”, diz Martin. O Restorando cresce 300% ao mês e espera somar 1 600 restaurantes até o fim deste ano, metade em cada país. No final de 2010, a startup dos argentinos recebeu um aporte de capital do fundo de investimento Atomico, criado por Niklas Zennström, um dos fundadores do serviço de telefonia Skype. O Atomico investiu também no CinemaKi, portal de cinema criado em Buenos Aires que usa dados das redes sociais para indicar filmes. Ainda sem escritório no Brasil, o site já fechou parceria com o canal de cinema do iG. O negócio inclui um aplicativo para celular que localiza os cinemas mais próximos de onde estão os consumidores. No futuro, incluirá recomendações de amigos, para facilitar a escolha dos filmes. “Temos 1,3 milhão de visitas mensais, mas nosso objetivo é chegar a 10 milhões até o final de 2012”, diz o argentino Matías Garcia, um dos fundadores. Já o Baby.com.br, portal criado por dois americanos, deve começar a operar até o fim do ano, com a venda de produtos para bebês e crianças de até três anos. A ideia não é nova e surgiu quando um dos sócios, Kimball Thomas, teve dificuldades para encontrar fraldas para seu filho durante férias no Rio de Janeiro. Formado na Harvard Business School, Thomas associou-se ao primo Davis Smith para abrir o negócio no Brasil. Eles não divulgam o valor do capital que receberam, mas dizem que está entre os maiores que uma startup já teve no país. “O site terá tudo o que uma mãe precisa comprar enquanto o bebê dorme”, afirma Smith, pai de duas meninas. Ele resume em uma frase o sentimento que parece coletivo: “Acreditamos no Brasil”. Os investidores estrangeiros também, para alegria dos 44 empreendedores ouvidos em São Paulo pelo Redpoint Ventures. Agora eles aguardam ansiosos por uma resposta positiva do fundo. Fonte: http://info.abril.com.br |
Posted: 23 Oct 2011 04:53 PM PDT A experiência da FINEP com investimentos de venture capital no apoio a empresas inovadoras no Brasil será o tema do próximo Debate FINEP, que acontece no dia 25 de outubro, às 10 horas, no Espaço Cultural FINEP. O debate contará com a presença de Álvaro Gonçalves, Diretor Executivo do Grupo Stratus e ex-Presidente da Associação Brasileira de Private Equity & Venture Capital – ABVCAP, e de Patrícia Freitas, Superintendente da Área de Investimento da FINEP. A abertura será feita pelo presidente da Financiadora, Glauco Arbix, e mediada pelo presidente da Associação Brasileira de Private Equity & Venture Capital – ABVCAP, Sidney Chameh. O investimento de venture capital é amplamente reconhecido como um dos mais poderosos instrumentos de apoio às empresas inovadoras. Em muitos países, essa modalidade de investimento vem tendo papel fundamental na consolidação de setores intensivos em conhecimento, estimulando a criação e o crescimento de empresas que trazem ao mercado os resultados do trabalho de universidades e institutos de pesquisa. Apple, Google e a brasileira Lupatech são alguns exemplos de empresas que contaram com o apoio decisivo do venture capital em suas trajetórias de crescimento. No venture capital, investidores – desde pessoas físicas até fundos de investimento formalmente constituídos – buscam adquirir participação societária em empresas que tenham perspectivas extraordinárias de crescimento e rentabilidade, agregando a essas empresas benefícios como uma maior profissionalização da gestão, estímulo a práticas de governança corporativa, abertura de canais estratégicos de comercialização e o compartilhamento de decisões estratégicas. No Debate FINEP, Patrícia Freitas apresentará um panorama dos investimentos da FINEP em venture capital – desde seed capital até private equity –, abordando suas principais atividades e resultados até o momento, buscando contextualizar o apoio a fundos de venture capital como política central de investimento público e privado em empresas inovadoras. Desde a criação do Inovar, iniciativa da FINEP voltada para essa área, já foram aprovados 26 fundos, dos quais 19 estão em operação, cinco em fase de captação e um completamente desinvestido em 2008. Ao todo, a FINEP, por intermédio dessas medidas, já efetuou investimentos em mais de 80 empresas inovadoras. O Inovar já comprometeu cerca de R$ 4 bilhões em fundos. Álvaro Gonçalves apresentará a experiência do Fundo Stratus GC – aprovado através do 1o Chamada Inovar Fundos da FINEP – abordando seu processo de captação, a tese de investimento, o papel do gestor de fundos no crescimento das empresas investidas, os resultados do fundo e visão da Stratus sobre inovação como investimento viável e lucrativo. Após o investimento em oito empresas inovadoras e já tendo feito seis desinvestimentos (venda das companhias), o Fundo Stratus GC I, no qual a FINEP aportou R$ 4,8 milhões por intermédio do Inovar Fundos, retornou até agora mais de R$ 10 milhões para a Financiadora. A previsão é de que o retorno final aumente quando o Fundo receber os saldos referentes às vendas já realizadas, e quando os desinvestimentos nas duas últimas empresas da carteira, Senior Solution e Neovia, acontecerem. A série Debate FINEP foi criada com o objetivo de estabelecer um espaço aberto e permanente de discussão entre a Financiadora de Estudos e Projetos e a sociedade, para subsidiar a construção de ações de apoio à inovação de forma democrática, transparente e eficiente. Participam dos debates interlocutores internos e externos à FINEP, que contribuam para o acúmulo de conhecimento sobre políticas de fomento a C,T&I - Ciência, Tecnologia e Inovação. Serviço Debate FINEP - "A experiência da FINEP com investimentos de venture capital no apoio a empresas inovadoras" Data: 25 de outubro de 2011 Horário: 10 horas ao meio-dia Local: Espaço Cultural FINEP - Praia do Flamengo, 200, pilotis, Rio de Janeiro. Entrada franca. Não é necessário realizar inscrição prévia. Informações: debate@finep.gov.br Fonte: http://www.finep.gov.br |
Posted: 21 Oct 2011 10:54 AM PDT O Criatec, fundo para micro e pequenas empresas inovadoras desenvolvido pelo BNDES, encerra no próximo mês de novembro seu período de investimento. Até lá, todas as metas estabelecidas para os quatro primeiros anos terão sido alcançadas e, com isso, pelo menos 36 empresas nascentes de variados setores e regiões do País terão acessado o capital semente. Em conformidade com o planejamento original, a partir do próximo mês terá início o ciclo de desinvestimento, com duração prevista até novembro de 2017. Nessa fase, a preocupação dos gestores do Criatec se deslocará da prospecção de empresas para a aceleração dos negócios. O patrimônio comprometido do Fundo é de R$ 100 milhões, 80% subscritos pelo BNDES e 20% pelo BNB, sendo que, por estratégia de construção do portfólio, parcela desses recursos (R$ 20 milhões) foi reservada para a efetivação de novos aportes em empresas já investidas. Assim, além do aporte inicial de até R$ 1,5 milhão, as companhias que estiverem com desempenho acima da média poderão receber, na fase de aceleração, novos investimentos até o teto de R$ 3,5 milhões. Capital semente – O Criatec é uma bem-sucedida iniciativa do BNDES envolvendo capital semente. A atuação do Banco nesse nicho é fundamental, tendo em vista a preferência dos investidores privados por fundos de menor risco, como os de venture capital e private equity. Diversos fatores explicam o êxito da iniciativa em sua primeira etapa. A bem desenhada estrutura de governança é um deles. A administração foi entregue a um gestor nacional, o consórcio Antera-Inseed, que, por contrato, selecionou gestores regionais nos Estados de atuação do fundo: Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pernambuco, Ceará e Pará. Tais gestores foram selecionados nos próprios sistemas locais de inovação. A estratégia de construção do portfólio, por sua vez, seguiu diretrizes bastante claras no sentido de garantir a distribuição do investimento em termos regionais, setoriais e por estágio de crescimento das empresas. Para atender a essa última exigência, as companhias foram classificadas em quatro categorias: prova de conceito (sem faturamento), decolagem (faturamento anual de até R$ 1,5 milhão), expansão (faturamento anual entre R$ 1,5 e R$ 4,5 milhões) e late seed (faturamento anual entre R$ 4,5 e 6 milhões). Fonte: http://www.bndes.gov.br |
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